**"Luz na Escuridão"**Era uma manhã de outono quando recebi a notícia que mudaria minha vida. Minha prima, Ana, havia sido diagnosticada com mieloma múltiplo. O mundo parecia ter parado por um instante, e uma onda de tristeza e preocupação tomou conta do meu coração. Ana sempre foi uma luz em minha vida, uma amiga leal e uma fonte de alegria. Pensar que ela estava enfrentando uma batalha tão cruel parecia injusto.Decidi que não poderia deixá-la sozinha nessa jornada. Assim que pude, fui visitá-la no hospital, onde ela iniciaria o tratamento de quimioterapia. Ao entrar no quarto, senti um misto de emoções. O cheiro do álcool e o som dos aparelhos eram uma lembrança constante da fragilidade da vida. Mas, ao olhar para Ana, vi algo que me deu esperança: mesmo com a cabeça raspada e a pele pálida, seu sorriso ainda era radiante."Oi, prima! Estava com saudade de você", disse ela, tentando disfarçar a dor que sentia. "Eu também, Ana. Estou aqui com você, sempre", respondi, segurando sua mão. A conexão entre nós era forte, e naquele momento, tudo que eu queria era transmitir a ela um pouco de força e amor.As semanas seguintes foram marcadas por idas e vindas ao hospital. Acompanhá-la durante as sessões de quimioterapia era um desafio, mas eu sabia que era um pequeno sacrifício diante do que ela estava enfrentando. Sentávamos juntas, conversando sobre tudo e nada, tentando esquecer, mesmo que por instantes, a realidade que a cercava. Ana falava sobre seus sonhos, suas esperanças e o que faria quando tudo isso acabasse. Ela sonhava em voltar a dançar, em viajar, em viver cada momento intensamente.Durante uma dessas sessões, vi Ana olhar pela janela, observando as folhas caindo das árvores. "Sabe, eu sempre amei o outono", ela disse. "É como se a natureza nos lembrasse que mesmo nas mudanças, há beleza. E eu quero ser como essas folhas, me desprender e renascer mais forte."Suas palavras tocaram meu coração. Era como se ela tivesse encontrado uma forma de transformar a dor em esperança. Nesse momento, percebi que a força dela era uma luz que iluminava não apenas seu caminho, mas o meu também. Eu aprendi que mesmo na escuridão, havia motivos para acreditar.Com o passar dos dias, a quimioterapia trouxe efeitos colaterais severos, e a luta de Ana se intensificou. Havia momentos em que a dor a deixava exausta, e eu me sentia impotente ao ver sua fragilidade. Mas sempre que a esperança parecia escassa, ela encontrava uma maneira de reacendê-la. "A vida é preciosa", dizia ela. "Eu tenho fé que Deus está comigo, e que Ele será minha luz nessa caminhada."Era nesse clima de fé e resiliência que continuamos a nossa jornada. As orações se tornaram parte da nossa rotina. Reuníamos amigos e familiares para rezar por sua cura, criando uma corrente de amor e positividade. Cada mensagem de apoio, cada gesto de carinho, fortalecia Ana e a envolvia em uma aura de esperança.Finalmente, depois de meses de tratamento, recebemos a tão esperada notícia: a quimioterapia estava fazendo efeito, e o câncer havia apresentado uma resposta positiva. O sorriso de Ana voltou a brilhar, e as lágrimas que antes eram de dor agora eram de alívio e gratidão. "Eu sabia que Deus estava comigo", disse ela, com a voz embargada. "Cada dia foi uma luta, mas eu nunca perdi a esperança."A jornada de Ana estava longe de ter terminado, mas aquele momento foi um marco. Ele simbolizava a força do amor, da fé e da esperança. Ao olhá-la, percebi que a luz que ela tanto falava não era apenas uma metáfora; era uma realidade que ela havia criado com sua coragem e determinação.E assim, continuamos nossa caminhada juntas, enfrentando desafios, celebrando vitórias e, acima de tudo, cultivando a esperança. Ana não era apenas uma prima; ela era um exemplo de resiliência e amor. E, em cada passo que dava, eu sabia que a luz de Deus guiava seu caminho, iluminando não apenas sua vida, mas a de todos ao seu redor.

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**"Renovação na Calmaria"**Hoje está tudo calmo, graças a Deus. A tempestade se afastou, trazendo serenidade.E em meio ao silêncio, sinto a força renascer. Uma nova esperança, uma doce tranquilidade.Vou me fortalecendo, uma vez e outra vez. Como a fênix que ressurge das cinzas.Cada desafio me ensina a valorizar. A beleza de recomeçar, a luz que me guincha.As feridas vão cicatrizando com o tempo. E o peso da dor se torna mais leve A gratidão ocupa o espaço da angústia. E em cada respiração, a vida se escreve.Acalmo meu coração, ouço a voz interior. Que me lembra da força que sempre esteve aqui. E mesmo quando a vida traz desafios Eu sei que sou capaz de seguir e existir.Hoje, celebro essa paz que me envolve. A certeza de que tudo tem seu lugar. E mesmo nas lutas, há um aprendizado. Que me guia e me ensina a amar.Assim, vou me fortalecendo, dia após dia. Agradecendo por cada momento de luz. Pois a vida é um ciclo de altos e baixos, E eu sou a dançarina que se recusa a se reduzir. Marly Hayduk

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