02/11/2024

**"Caminhos de São Paulo"**Era 24 de janeiro de 1973, e chegávamos a São Paulo na véspera de um feriado. A senhora Dona Albina, uma amiga da família que tinha um comércio, nos trouxe na sua velha Kombi, e nós, três caipiras — eu, Marli, Marília e Mariza — estávamos cheias de expectativas e um pouco de medo. O contraste entre a cidade grande e nossa pacata Descanso era imenso. Lembro-me de que, ao chegarmos, tentávamos cumprimentar as pessoas, como fazíamos em casa, até perceber que a cidade tinha seu próprio ritmo.Naquela época, meu pai estava doente, sofrendo com crises de labirintite que o deixavam de cama por dias. Mas, ao nos ver, sua alegria iluminou o ambiente. Era um novo começo, e apesar das dificuldades, havia um sentimento de esperança pairando no ar.Logo começamos a buscar emprego. Eu tinha apenas 17 anos e havia terminado o Ginásio Normal. No Sul, poderia lecionar, mas meu pai, preocupado com nosso futuro, nos colocou para trabalhar na Brunella, um supermercado onde o salário era melhor do que o de um professor. Embora quisesse voltar a estudar, ele insistia que não era necessário. Meu irmão, por outro lado, encontrou amigos que o ajudaram a estudar e se formar em Direito, tornando-se advogado. Meu pai não era um homem ruim; suas fraquezas era o vício do jogo.Assim, eu e minhas irmãs trabalhávamos duro, e meu pai ia buscar nossos salários. A vida seguia seu curso, e em meio à rotina, encontrei meu marido, eu me apaixonei e ele com certeza tbm, embora eu nao sabia da sua história, apenas sabia o que ele me dizia, o Dias. Ele era 10 anos mais velho, e eu, muito jovem e inexperiente, me deixei levar pela paixão. Começamos a nos relacionar, e logo me vi em um dilema:  porque ele me perguntava, será que vc tem problemas para engravidar? O Dias preocupado, me deu dinheiro para ir a um ginecologista. No mês seguinte, a surpresa: estava grávida. Ah, quanta inocência a minha! Como fazia falta a presença da minha mãe, que sempre teve as palavras certas para me guiar. Quando contei ao Dias sobre a gravidez, ele foi falar com meu pai, pedindo sua bênção para o casamento. Assim, nos casamos em 7 de agosto de 1975, e no dia 9 de janeiro de 1976, as gêmeas Renata e Regiane nasceram, trazendo uma alegria inesperada e um susto: eu jamais imaginei que estaria grávida de gêmeas. Os médicos diziam que seria um menino grande, e a revelação das gêmeas foi uma surpresa deliciosa.O casamento, porém, foi uma aventura cheia de tempestades. Não houve tempo para uma preparação adequada, e eu percebia que ainda estava conhecendo aquele homem com quem me unira. Cada dia era um desafio, e a vida em São Paulo, com suas exigências e pressões, tornava tudo ainda mais complicado. Mas, mesmo assim, havia amor, e as gêmeas se tornaram a luz em meio à tempestade.Com o passar do tempo, aprendi a lidar com os altos e baixos da vida a dois. A experiência me moldou, e mesmo sem a sabedoria de minha mãe por perto, fui descobrindo a força dentro de mim. Dias e eu, juntos, enfrentamos os desafios com muitas brigas, sempre buscando o melhor para nossas filhas. E assim, em meio às dificuldades, construímos uma nova história, uma nova família. Meu cunhado Luiz veio morar conosco, e sempre vinha em nossa casa um rapaz de seus 15 anos. Não lembro seu nome. Até que um dia eu descobri que aquele rapazinho era filho da amante do Dias, era casada.e provavelmente tinha outros filhos. O que eu fiquei sabendo que ele era apaixonado por ela a espanhola. Meu mundo caiu, aquele rapazinho nunca mais apareceu em minha casa. As histórias que eu ouvia. Marli ela é  linda. Aquilo me matava por dentro. Eu não entendia que eu tbm era uma mulher linda. Nunca mais minha vida com ele foi a mesma, eu percebia suas traições.  Nunca comemorei aniversário de casamento.  Mas, eu tinha de ser forte, construir um futuro para as minhas filhas gêmeas.  Eu não via saída. Elas começaram ir pra escolinha eu era obcecada, sim porque no início eu tinha segurança até não confiar maisneke.  Meu amor virou obsessão. Depois de 6 anos resolvi tentar um filho já que eu era proibida de trabalhar,  pensei, vou me dedicar e ter outro filho,  nasceu o Gabriel. Qdo O Gabriel tinha dois anos fui trabalhar em um laboratório, Searly, arrumei uma empregada consegui ficar no emprego um ano, até que um dia meu filho tinha a marca rocha de cinta na perna. Na hora expulse a moça da minha casa, minhas filhas não diziam nada, eram ameaçadas por ela. decidi que ia dar um tempo. O tempo passou fui ser substituta em algumas escolas primárias. Logo o Dias que trabalhava no Itaú foi transferido para Caraguatatuba,  ele ia gerenciar a Colônia de Férias.  Foram 3 anos maravilhosos  Conheci a Família da Silmara sua mãe dona Olimpia família maravilhosa.  Eu e a Silmara tínhamos bicicleta ela com  a Louisi e eu com o Gabriel íamos para a praia no Indaiá. Bons tempos. Na Colônia de Férias  tinha a Maria José outra amiga do coração  seu esposo tbm era gerente de lá. Qdo ele não estava o Dias o substituía. Eu e ela nos finais de semana íamos caminhar na praia jogávamos buraco. O Gabriel se divertia com os filhos dela, João  e Luiz. As meninas já mocinhas ficavam com suas amigas em casa.   lá  eu tbm dei algumas aulas, Dona Anisia a Diretora , Marli continua,  vc é  ótima, agradeci, já era hora de voltar .
 O Dias voltou para trabalhar em São Paulo. E eu com os filhos crescidos foi dar reforescolar para meu sobrinho ia na parte da manhã Hugo o Fran não precisava Minha irmã Mariza tinha o Matheus eu cuidava dele tbm, dava o almoço e voltava pra casa cuidar dos meus afazeres e das crianças, que logo cresceram.
 Aproveitei para fazer o curso de auxiliar de Fisioterapia no Hospital Sta Marcelina a noite. Um ano e meio. Aproveitei o curso para atender drenagem linfática.  Eu tinha minhas meninas. De manhã eu ia na minha irmã ela me pagava um salário depois do almoço os meninos iam para a escola e eu para os meus afazeres e atender as drenagem, geralmente a noite eu tinha Dona Lia Paty Drica.
 Não posso esquecer tbm Patricia,  as limpo aspirações e tantas outras cirurgias que o Doutor Walter cirurgião plástico recomendava pra que eu continuasse o seu tratamento.
 Minha vida sempre foi muito corrida com tudo. O tempo foi passando as rusgas de vez enquando continuava. Os filhos já  indo pra faculdade. trabalhavam de dia e a noite iam pra Faculdade, sempre muito responsáveis tanto no estudo qto no trabalho. hoje as meninas pós graduadas e o menino fez mestrado. Sempre estudaram no estado. Nossa vida não foi fácil,  eles trabalhavam, pagavam a faculdade e o que eu ganhava dava para suas roupas, baladas enfim. Eu sentia orgulho.
 O Dias sempre foi um bom pai dava seu melhor para os filhos,  nunca deixou faltar nada.
 Sempre responsável,  o problema era eu e ele. Eu não  provocava porque sabia que poderia acontecer algo que eu não gostaria. Daí chegou o dia do divórcio, fui morar com meu filho que comprou apto. A Renata casou e a Regiane ficou com o pai.Depois de alguns anos voltei pra casa e o Dias foi embora morar com outra mulher em Minas Gerais. 
 Eu fui trabalhar no Shopping Frei Caneca no espaço família por 6 anos neste tempo fui fazer o curso de Acupuntura na Faculdade Ebramec. que demorou entre o curso e ambulatório 2 anos e meio. Hoje tenho resultado e vejo o qto foi gratificante.
 Depois de 8 anos sozinha o Dias pediu pra voltar pelos filhos,  estava cheio de dívidas. As filhas se reuniram organizaram a vida dele. E eu por ter cuidado todos os anos cuidando da casa e dos filhos eu não tinha registro na carteira para uma possível aposentadoria, os anos de registros foram para um salário. trabalhado a vida toda  como autonoma, ele não me deixava trabalhar,   se eu fosse era uma guerra, se ele voltasse teria de casar pra garantir minha vida e não ter problemas futuros.  Combinamos que viveríamos como bons amigos  pela família,  já que eu tbm estava sozinha.  

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